
Curitiba vive um dos momentos mais vibrantes de sua história gastronômica. Conhecida por sua organização urbana, diversidade cultural e clima ameno, a capital paranaense tem se consolidado como um dos principais polos culinários do Brasil.
A cidade combina tradição e inovação em uma cena que abraça desde restaurantes familiares com receitas centenárias até casas contemporâneas que apostam em propostas autorais e experiências sensoriais completas.
Influências das cozinhas italiana, alemã, polonesa e ucraniana convivem harmoniosamente com técnicas modernas e ingredientes brasileiros, criando um ambiente fértil para chefs ousados, sommeliers talentosos e projetos arquitetônicos que elevam o ato de comer ao patamar de arte.
Nesse contexto efervescente, entre os nomes que vêm consolidando essa reputação, o DUQ Gastronomia surge como um dos expoentes dessa nova Curitiba gourmet: cosmopolita, sofisticada e em constante evolução.
Inaugurado em 2023, o DUQ rapidamente se tornou referência na capital paranaense, não apenas pela cozinha autoral comandada pelo premiado chef Felipe Miyake, mas também pelo ambiente ousado, elegante e totalmente envolvente.
Localizado no cruzamento entre as ruas Visconde de Nácar e Carlos de Carvalho, o restaurante chama atenção antes mesmo de entrar – sua fachada é um verdadeiro manifesto artístico: um mural de 38 metros assinado pelo renomado artista plástico André Mendes, que transforma o prédio em uma obra de arte a céu aberto.
Ambiente: Uma experiência arquitetônica e sensorial
Por dentro, o DUQ impressiona ainda mais. Assinado pelas arquitetas Camila Accioly e Marcela Nicz, do escritório Archi Feel, o projeto arquitetônico de 632 metros quadrados valoriza a integração entre os espaços e aposta em um conceito central: a cozinha aberta. Sim, no DUQ, o show acontece diante dos olhos dos clientes.
O ambiente principal é construído em torno da cozinha de alta tecnologia, onde o chef Miyake finaliza os pratos na frente do público. Cada detalhe foi pensado para provocar encantamento – das bancadas de inox espelhado à iluminação cênica, tudo conversa com a ideia de que gastronomia é, também, um espetáculo visual.
O restaurante é dividido em quatro ambientes distintos:
- Salão principal: onde a cozinha central aberta rouba a cena e promove proximidade entre o público e o preparo dos pratos;
- Bar elegante: sofisticado e bem abastecido, com uma das cartas de drinks mais celebradas da cidade;
- Lounge contemporâneo: com sofás curvos em tons de vinho, tapetes artísticos e plantas tropicais, perfeito para momentos mais descontraídos;
- Sala privativa: ideal para jantares exclusivos, com capacidade para até 15 pessoas.
As texturas, os móveis e a iluminação criam uma atmosfera que mistura o urbano e o refinado. Tijolos expostos, cortinas de linho, mesas em mármore polido e taças finas fazem parte da composição que torna o DUQ uma experiência completa – da entrada à sobremesa.




Gastronomia autoral e premiada
O comando da cozinha fica por conta do chef Felipe Miyake, paulista de alma curitibana, que imprime em cada prato um equilíbrio entre técnica clássica, contemporaneidade e sensibilidade.
Com passagens por cozinhas renomadas ao lado de nomes como Salvatore Loi e Laurent Suaudeau, Miyake é um estudioso da gastronomia e traz ao DUQ a maturidade de quem compreende a importância do sabor e da apresentação, mas também da emoção que um prato pode provocar.
Já a carta de vinhos do DUQ Gastronomia é um espetáculo à parte na experiência. Fruto de um trabalho minucioso conduzido pelos sommeliers José Vinícius Chupil e João Guilherme Elias de Ramos, a seleção impressiona não apenas pela quantidade, mas pela curadoria inteligente e sensível que equilibra tradição, inovação e sustentabilidade.
Premiada diversas vezes, ela reúne nada menos que 897 rótulos de 47 países, contemplando uma diversidade impressionante de estilos, regiões e propostas enológicas, refletindo a diversidade de estilos e filosofias de produção ao redor do mundo. O acervo inclui rótulos clássicos e raros, e dá destaque especial a vinhos biodinâmicos, veganos, naturais e orgânicos, todos escolhidos com um olhar atento à sustentabilidade, à expressão do terroir e à harmonia com a proposta gastronômica da casa.
A busca por qualidade levou a equipe a trabalhar em parceria com mais de 40 importadoras, reunindo vinhos que representam o melhor de cada terroir, com mínima intervenção humana e máximo respeito ao meio ambiente.
Na minha visita, tive a feliz surpresa de ser conduzido a um rótulo nacional: um vinho catarinense de excelente estrutura, frescor e elegância, que harmonizou perfeitamente com o menu escolhido.
É extremamente gratificante ver a valorização da produção da região Sul do Brasil, que há anos vem ganhando notoriedade internacional com vinhos de altíssima qualidade, especialmente de estados como Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
O DUQ não apenas reconhece esse valor como o exalta, inserindo rótulos nacionais ao lado de grandes clássicos internacionais com o mesmo respeito e protagonismo, demonstrando um compromisso genuíno com o fortalecimento da vitivinicultura brasileira.
Tudo isso é apresentado com conhecimento técnico e sensibilidade pelo time de sommeliers, que acompanha os clientes com sugestões personalizadas de harmonização ao longo da refeição.
Ainda, no DUQ Gastronomia, cada estação inspira uma nova criação. Além do menu original, os menus sazonais celebram os ingredientes, aromas e emoções de cada época do ano.
Neste inverno, o restaurante nos convida a viver uma experiência gastronômica única, onde a codorna, ingrediente nobre,explorado em diferentes preparos, é protagonista em preparos refinados, harmonizados com a intensidade dos sabores da estação e com uma taça de vinho à altura.
De entrada, o DUQ oferece duas opções que aquecem o paladar com sofisticação: o Tortelini de codorna em seu próprio consommé, uma preparação delicada e aromática, e o Mil folhas de codorna cremosa, servido com um mix de cogumelos frescos e ervilhas, finalizado com o perfume refinado do Pernod Ricard.
Entre os pratos principais, o destaque continua sendo a codorna, explorada em diferentes técnicas e combinações. O Risoto de codorna, servido em seu jus supreme e finalizado com limão siciliano tostado, traz equilíbrio entre acidez e intensidade. Já o Fettuccine fresco com codorna à la crème reúne cogumelos Morilles, Paris e ervilhas frescas em uma composição cremosa e elegante.
Já o prato que traz a codorna guisada ao molho chasseur com polenta cremosa é uma verdadeira homenagem ao conforto e à riqueza dos sabores franceses. Outra criação que chama atenção é o Supreme de codorna grelhado, acompanhado de coxa e sobrecoxa confitadas, servidas com molho de vinho do Porto, purê de batatas, bacon e chalota tostada, uma combinação intensa e reconfortante.
Para encerrar, a sobremesa traz um toque clássico com um twist autoral: o Affogato DUQ, feito com sorvete fior di latte, café ristretto e um toque de Cointreau, que fecha a experiência com equilíbrio e frescor.
Meu jantar no DUQ: uma noite inesquecível
Desde o momento em que cheguei ao DUQ, soube que viveria uma noite especial. Fui conduzido ao serviço de valet e imediatamente recepcionado com gentileza pela equipe, um detalhe que parece simples, mas que faz toda a diferença para quem quer aproveitar a noite com conforto e sem preocupações.
Ao entrar, senti que estava adentrando um universo à parte. O projeto sensorial se revela em todos os detalhes, desde a trilha sonora cuidadosamente escolhida até o perfume sutil que preenche o ambiente. O DUQ não é apenas um restaurante, é uma experiência multissensorial, onde a arte, o design e a gastronomia se encontram de maneira impecável.
Iniciei a noite com uma entrada delicada e tecnicamente precisa: vieiras canadenses grelhadas, servidas ao ponto perfeito, acompanhadas de um molho cremoso bonne femme, delicadamente aromático e envolvente,finalizadas com um crocante de alho-poró que trouxe textura e um sutil toque terroso ao prato. Ao lado, provei a clássica e reconfortante brandade de bacalhau Gadus Morhua, servida com uma aveludada fonduta de parmesão, que realçava a suavidade do peixe.
Com o pratos principais, explorei duas criações que evidenciam a versatilidade e a precisão do chef. O primeiro foi um medalhão de mignon Angus grelhado, suculento e macio, servido com um delicado tagliolini na manteiga, finalizado com um molho de gorgonzola equilibrado, que trouxe personalidade ao prato sem sobrepor os demais sabores.
Em seguida, a codorna guisada ao molho chasseur, servida com uma cremosa polenta, revelou-se um prato marcante: o molho, de fundo profundo e notas de vinho e ervas, envolvia a carne tenra da codorna, resultando em uma composição rica, reconfortante e extremamente elegante.
Para finalizar a experiência, duas sobremesas que traduziram técnica e memória afetiva. A primeira, uma verrine de banoffee, com camadas bem definidas, equilibrando a doçura da banana e do doce de leite com a leve acidez do creme. A segunda, um mil-folhas clássico de baunilha, servido com perfeição: massa folhada crocante, creme leve e aromático – uma sobremesa que, em sua simplicidade, evocou lembranças e encerrou a refeição com delicadeza e precisão.
E, conforme mencionado anteriormente, durante minha visita fui agradavelmente surpreendido por um rótulo brasileiro de expressão, proveniente da cidade de Caçador, Santa Catarina, um vinho de notável estrutura, frescor equilibrado e refinada elegância, que dialogou com perfeição com os pratos escolhidos.














A jornada, conduzida com precisão e sensibilidade do início ao fim, revela a maturidade criativa da casa, que sabe equilibrar técnica, ingredientes de excelência e um olhar autoral sem excessos. Não à toa, o DUQ Gastronomia tem se destacado não apenas entre os apreciadores da boa mesa, mas também junto à crítica especializada, acumulando prêmios e indicações que reforçam sua posição de destaque na cena gastronômica paranaense e nacional:
- Vencedor Chef 5 Estrelas – Prêmio Bom Gourmet 2025;
- Indicado entre os Melhores Restaurantes do Paraná – Bom Gourmet 2024;
- Indicado Carta de Drinks – Bom Gourmet 2025;
- Listagem no ranking EXAME Casual 2025 como um dos 100 melhores restaurantes do Brasil;
- Prêmio Bom Gourmet: Campeão Especialidade carta de vinhos 2023 e Campeão Especialidade carta de vinhos 2024;
- Prazeres da mesa: Grande prêmio de excelência carta de vinhos 2023 e Grande prêmio de excelência carta de vinhos 2024.
Vale a pena conhecer o DUQ?
Com certeza! Curitiba tem se firmado como um dos destinos gastronômicos mais vibrantes do Brasil – uma cidade onde tradição, criatividade e alta gastronomia se encontram em harmonia. E o DUQ é um restaurante que combina arte, arquitetura e alta gastronomia, consolidando Curitiba como uma capital gourmet.
É o tipo de lugar que nos lembra por que vale a pena sair de casa para jantar – e porque certos momentos ficam marcados para sempre na memória.
Ideal para um jantar romântico, uma celebração importante ou simplesmente para quem busca se reconectar com o prazer de comer bem, em um ambiente que inspira. Da chegada ao valet à última taça de vinho, tudo é pensado para proporcionar uma experiência completa, elegante e memorável.
