
A Mastercard entendeu o movimento necessário no mercado e reagiu da forma certa: lançando uma nova categoria, acima do Black. O World Legend chega para reposicionar a marca no topo e atender um público que realmente demanda algo além do que já existe.
Durante a inauguração do Taste of Priceless, no Aeroporto de Guarulhos (GRU), tive a oportunidade de conhecer de perto o novo espaço da Mastercard, que a empresa evita chamar de sala VIP, justamente por se tratar de um conceito diferente do que o mercado está acostumado.
Mais relevante do que conhecer o ambiente foi a chance de conversar diretamente com executivos da Mastercard, entre eles Leonardo Linhares, vice-presidente sênior de soluções para clientes.
A primeira pergunta foi minha, direta e objetiva: quem é, afinal, o cliente do Mastercard World Legend?
Hoje, o conceito de alta renda está excessivamente amplo no mercado. Há bancos que classificam como alta renda clientes com renda a partir de R$ 15 mil. Diante disso, questionei como a Mastercard enxerga, na prática, o perfil elegível ao World Legend.
Leonardo trouxe uma explicação clara, sem atrelar o cartão a números fechados de renda ou investimento. Segundo ele, o cliente World Legend é aquele que o banco decide tratar de forma diferenciada, oferecendo um dos melhores cartões do mercado.
Pode ser quem concentra alto volume de gastos no cartão de crédito. Pode ser quem possui grandes investimentos. Pode ser um cliente com potencial estratégico ou até alguém que o banco não pode se dar ao luxo de perder para a concorrência.
Não existe uma fórmula única. E isso reforça algo que sempre destaco: relacionamento bancário continua sendo o principal critério.
Também conversei com Hugo Silveira, vice-presidente de produtos de consumo, sobre o mercado de cartões de crédito e a evolução dos benefícios. Hugo confirmou acompanhar o conteúdo do Cartões, Milhas e Viagens, o que mostra uma preocupação genuína em entender o uso real dos benefícios pelos clientes.
Mais do que isso, abrimos um canal direto para sugestões. Um movimento simples, mas que diz muito sobre quem está disposto a ouvir o mercado antes de tomar decisões.
Emissão limitada
A emissão do Mastercard World Legend é limitada por decisão estratégica da bandeira. E faz sentido. Exclusividade não se constrói em escala. Cada banco escolhe quem entra, mas a Mastercard é clara ao não querer transformar o World Legend em um cartão “aspiracional de prateleira”.
A ideia é mantê-lo restrito a um grupo muito específico de clientes de altíssima renda, onde relacionamento, relevância e valor para o banco falam mais alto do que qualquer critério genérico.
Concorrência
O Mastercard World Legend entra diretamente na disputa com o Visa Privilege e o American Express The Centurion Card. Não é uma concorrência de benefícios pontuais, mas de posicionamento.
Os três falam com o mesmo público: clientes de altíssima renda, para quem exclusividade, relacionamento e experiência pesam mais do que qualquer tabela ou promessa genérica.


