Todos os anos eu converso com o meu time para eleger quais empresas deram vexame no mercado de cartões e milhas. Em 2025, candidatas não faltaram. Ainda assim, houve um consenso absoluto.
O Curtaí levou o título mais uma vez.
Sim, bicampeão, repetindo o vexame de 2024, algo inédito até então aqui no Cartões, Milhas e Viagens. Desta vez, porém, não veio sozinho. Dividiu a taça com o Banco de Brasília (BRB).
Durante muito tempo, o Curtaí só se manteve de pé por causa do BRB DUX Visa Infinite. O problema é que essa unanimidade acabou.
O mercado mudou. Surgiram concorrentes reais, como o CAIXA Ícone Visa Infinite, além das novas categorias Visa Privilege e World Legend. O DUX deixou de ser intocável. O Curtaí, por sua vez, simplesmente não acompanhou.
Os problemas do Curtaí
Em 2025, o Curtaí falhou em praticamente todos os pilares que sustentam um programa de pontos relevante.
Não fez boas promoções de transferência bonificada.
Não realizou nenhuma promoção relevante de compra de pontos.
Também não entregou nenhuma compra bonificada que valesse atenção.
O clube de pontos permaneceu completamente morto, sem proposta de valor clara ou benefício real para o assinante. Ainda assim, o programa passou a forçar a adesão, com carência absurda de seis meses.
Houve mudanças importantes sem qualquer aviso prévio aos clientes, incluindo a alteração da paridade com o TAP Miles&Go. Transparência zero.
A transferência para o ALL passou a ser restrita apenas a assinantes do clube e erros frequentes no crédito de pontos das compras nos cartões se tornaram rotina.
Vale destacar negativamente uma oferta de transferência para a Decolar. O programa de resgate da Decolar tem conversões extremamente altas e desvantajosas. A promoção acabou induzindo clientes ao erro. Foi uma parceria mal pensada e sem sentido estratégico.
O caos do BRB
O Banco de Brasília passou pelo escândalo com o Banco Master e teve seu presidente afastado. Isso causou enorme prejuízo à imagem do banco e clientes removeram milhões e milhões em investimentos com medo de falência.
O pensamento generalizado: impossível deixar mais de R$ 250 mil no banco – limite do FGC.
No caso do DUX, os clientes são constantemente ameaçados pelos gerentes pedindo mais investimentos, o que gera um incômodo considerável pelo medo de downgrade. Muitos clientes, inclusive, trocaram o DUX pelo Bradesco Aeternum Visa Infinite para fugir dos problemas do BRB, mesmo com a pontuação menor.
Quer mais? No final do ano começou a remover pontos de clientes e cobrar anuidade de cartões adicionais. Também perdeu duas salas VIP próprias. Nesse caso, quando eu divulguei, vários funcionários do banco me atacaram no Instagram dizendo que era fake news. Hoje, todos estão quietos por ter sido verdade.
Tem uma figurinha nos grupos, com o logo do BRB, que diz: “já te estressei hoje?”
O desespero final do Curtaí
O Curtaí passou o ano inteiro agonizando. No fim de 2025, após o escândalo, tentou reagir com algumas ofertas pontuais. Foi tarde demais. O dano já era irreparável.
Na tentativa de segurar clientes, o programa firmou parceria com a Livelo. As regras, porém, beiravam o absurdo. Tudo condicionado à assinatura do mesmo clube fraco, com carência de seis meses.
Algum gênio achou que obrigar as pessoas a assinar resolveria o problema.
O resultado foi o oposto: mais cancelamentos e ainda mais insatisfação.
Ninguém é idiota.
Ficou evidente que as ações foram puramente reativas, motivadas pelo escândalo. Se houvesse real preocupação com o cliente, boas ofertas teriam sido feitas ao longo de todo o ano, não apenas no desespero.
Conclusão
Os clientes desistiram do BRB.
A migração natural está acontecendo para a CAIXA, que sequer exige abertura de conta ou investimentos para aprovar o excelente Ícone Visa Infinite.
Outros clientes estão fazendo uma migração ainda mais estratégica: o American Express – The Centurion Card, do Bradesco.
O mercado fala. Quem ignora o cliente, paga o preço.
No meu caso, estou com o American Express – The Centurion Card e CAIXA Ícone Visa Infinite. Em 2026, cancelarei definitivamente o DUX.
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